segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Para quem não sabe, essa sou eu...

    Talvez nunca tenha falado sobre minha vida e como cheguei ao trabalho com pessoa com deficiência, eu era uma estudante do 5º período do curso de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte quando vi no mural da faculdade um anúncio de um curso de Basquete em Cadeira de Rodas, na época ministrado pelo professor Matheus Jancy, me inscrevi no intuito de somar horas complementares para o meu currículo acadêmico, porém eu nem imagina que alí eu encontraria uma vaga de estágio para trabalhar com natação com pessoas com deficiência.
    Cheguei a SADEF (Sociedade Amigos do Deficiente Físico do RN) e fui super bem recepcionada pelo então presidente, Eduardo Gomes, tudo certo, e vamos trabalhar, meu primeiro aluno tinha deficência auditiva e deficiência intelectual, o que fazer? Não sabia como lidar com aquela situação, mas enfrentei. Minha piscina tinha 2,10m de profundidade, mais um desafio enfrentado, iniciação a natação nessas condições só sabe quem passou!
    No mesmo ano já fui para minha primeira competição, com a função de staff da natação da seleção do Rio Grande do Norte, era a competição antes denominada Paraolímpicos do Futuro. Grande aprendizado e nesta viagem, o melhor presente foi a amizade de duas pessoas, Telma Carvalho e Fátima Badaró.

    No ano seguinte, fui apresentada a mais um estágio, desta vez na ADOTE (Associação de Orientação ao Deficiente) aonde conheci a natação como forma de reabilitação, mais um ano de conquistas e muito aprendizado, agradecimento especial as amigas Zi e Raquel, grandes profissionais que me ensinaram muitas coisas.
    Cada dia que passava eu me envolvia mais, a esta altura do campeonato, eu já trabalhava em duas associações e também com arbitragem do goalball. E sempre engajada em fazer cursos, buscar a melhor qualificação, afinal, nunca fui acomodada.
    No ano de 2009 continuei meu trabalho com iniciação a natação na SADEF e participei do regional como técnica da instituição, inclui meus alunos no Festival de escolinhas da Federação Aquática Norte-Riograndense, sempre tentei fazer meu melhor, mas estava me formando e precisava de um emprego. Trabalhar com paradesporto é uma questão de amor, de entrega e acima de tudo de respeito. Foi quando pedi para sair e me mantive por todo o ano de 2010 afastada do movimento por opção.
    Mas sabe quando bate aquele vazio, estava trabalhando em uma academia maravilhosa, recebia bem, mas faltava algo na minha vida, e era exatamente o meu amor pela causa da pessoa com deficência que alí pedia para eu voltar, foi quando criei esse humilde lugarzinho, meu blog, minha forma de me manter em contato e na luta pela inclusão da pessoa com deficiência.
    Passou 2010 e eu já estava convicta de que precisava voltar a trabalhar com esporte para pessoa com deficiência, foi quando me surgiu o primeiro convite, assumir a coordenação do Movimento SuperAção em Natal, aceitei sem pestanejar... Segundo convite, coordenar o goalball no nordeste através da FENEC (Federação Nordestina de Esportes para Cegos), mais um sim... Terceiro convite, assumir a natação do Clube Escolar Paraolímpico, impossível dizer não para a minha paixão.... Obrigada professor Jonas, por confiar no meu profissionalismo! E quarto convite, ser assistente técnica do Clube de Basquete Paraolímpico, Eduardo Gomes, mais uma vez abria uma porta para mim no paradesporto, tô dentro!



    2011 tem sido um ano marcante para mim, além de todas essas atribuições, me tornei voluntária do Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos, aonde dou aulas de goalball para as crianças, passei um período como colunista do portal RN24horas, no qual escrevia sobre inclusão da pessoa com deficiência, no final de julho assumi como técnica a equipe principal de basquete em cadeira de rodas do Clube de Basquete Paraolímpico do RN e ainda arrumei um tempinho para fazer minha especialização em Gestão, Saúde e Educação Especial e Inclusiva  e estudar braille e libras.
    Enfim, fazendo este balanço percebo o quanto já fiz por essa causa pela qual sou completamente apaixonada, aqueles que me conhecem sabem do meu comprometimento e do quanto busco cada dia fazer meu melhor e melhorar como pessoa. Sou o que sou e cheguei aonde estou por méritos próprios e com muito esforço, não desistirei jamais, essa é minha missão, lutar pela inclusão da pessoa com deficiência.
    Aos bons de coração, contem comigo, pois estarei sempre ao lado do bem, quanto ao mal, ele destroi-se por si só!
    Beijão!

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