quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mundial de Natação - Holanda

    O Brasil está entre as cinco potências mundiais da natação paraolímpica. Com 26 medalhas conquistadas no Mundial da modalidade, que ocorreu em Eindhoven, Holanda, nesta última semana, 22 atletas brasileiros desembarcaram no Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo, no fim da tarde deste domingo, 22 de agosto.
    Com 14 ouros, sendo três pratas e nove bronzes, o país superou o desempenho do último Mundial,Durban, em 2006, quando conquistou também 26 medalhas mas dois ouros a menos.
    Edênia Garcia nem aparentavam o cansaço de 11 horas de voo. Animada com os resultados esbanjava bom humor.
    “A prata no 4x50 livre foi ótima, o bronze nos 50m livre também. Mas o ouro nos 50m costas foi demais. Já sonho com as Paraolimpíadas de Londres”, sorri Edênia.
    Também com experiência em mundiais e paraolimpíadas, o multicampeão Clodoaldo Silva vibrou ao apontar uma marca em sua carreira:
    "Todos os mundiais que participei, ganhei medalha. Mas este é especial. Desde 2008, quando fui reclassificado, e logo em seguida sofri uma lesão nas costas que treinava para este mundial. Vim com o objetivo de participar do máximo de provas possíveis. Conquistar o ouro no revezamento foi demais. Isso é um recomeço para mim. Estou com mais confiança e já penso em Londres 2012, quando espero me aposentar", disse Clodoaldo.
    Dono de uma das comemorações mais emocionantes do Mundial, Adriano Lima exibe a medalha de bronze e diz que em algumas horas a pequena Gabriela, sua filha de quatro anos, receberá a homenagem devida.
    "Esse bronze e o meu choro foram para a minha família. Dedico todo o esforço e dedicação”, contou.
    O Brasil igualou a quinta colocação de Durban 2006 com o mesmo número de medalhas, mas com dois ouros a mais, o que foi fundamental para superar a Austrália. A disputa pelas primeiras posições do Mundial foi muito acirrada, com a Ucrânia levando a melhor no final, com 57 medalhas (21 de ouro, 20 de prata e 16 de bronze). Os Estados Unidos ficaram em segundo, com as mesmas 57 medalhas, mas com um ouro a menos. Rússia pegou o terceiro lugar, com 46 no geral e 19 ouros, com a Grã-Bretanha em quarto (52/16).
    Por ser considerado o mundial mais técnico da história, o coordenador técnico da seleção brasileira de natação paraolímpica, Gustavo Abrantes, avalia que o desempenho brasileiro foi excelente.
    "Além de conquistarmos dois ouros a mais do que em Durban, esse mundial foi importante porque vários atletas superaram as próprias marcas, o que dá bom prognóstico para Londres 2012 e para o Rio 2016. Estamos entre as principais potências do mundo,” disse Gustavo Abrantes, cansado após a puxada maratona de treinos e competições da seleção.
A natação paraolímpica brasileira, com certeza é um dos meus maiores orgulhos, mas devo parabenizar principalmente os representantes do nosso Estado: Adriano Lima (COP-RN), Joana Maria (CADEF-RN), Rildene Firmino (SADEF-RN), Clodoaldo Silva (ANDEF), Genezi Andrade (CADEF-RN). E felicitações especiais a minha estimada amiga Edênia Garcia (CEUNP) por manter-se como dona do título de campeã mundial, melhor dizendo agora, tricampeã... É, não é para qualquer um! Vocês enchem o coração da torcida brasileira de alegria e agora é Guadalajara 2011 e Londres 2012!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lazer para Pessoa com Deficiência

Hoje trago fragmentos de um artigo que escrevi sobre Lazer para pessoa com deficiência, desenvolvido na disciplina "Teoria Geral do Lazer" sob a orientação da professora Gabriela Raulino, enquanto estudante do 1º Período do curso de Gestão Desportiva e do Lazer.

    A definição clássica de lazer nasce através dos estudos do sociólogo francês Joffre Dumazedier (1977), que define lazer como o conjunto de ações escolhidas pelo sujeito para diversão, recreação e entretenimento, num processo pessoal de desenvolvimento. Tem caráter voluntário e é contrapondo do trabalho urbano – industrial.
    Os antigos já sabiam da importância do brincar no desenvolvimento integral do ser humano. Aristóteles, quando classificou os vários aspectos do homem, dividiu-os em homo sapiens (o que conhece e aprende), homo faber (o que faz, produz) e homo ludens (o que brinca, cria). Na sua imensa sabedoria, os povos antigos sabiam que mente, corpo e alma são indissolúveis, embora com suas características próprias.
    Aproximadamente nas décadas de 50 e 60, alguns hospitais e centros de reabilitação começaram a oferecer programas de lazer e recreação para seus pacientes.
    Quando as pessoas com deficiência começaram a sair de casa ou das instituições para usufruírem o seu direito ao lazer e recreação, descobriram que, praticamente, todos os lugares eram inacessíveis: cinemas, teatros, museus, restaurantes, hotéis e assim por diante. (Sassaki, 1999)
    Some-se a isso, o fato de no passado, dar-se pouca importância ao lazer e recreação em comparação a outras terapias, como a fisioterapia.
    Barreto (2000) propõe, dentro de uma abordagem clínica, acampamentos, caminhadas em trilhas e escaladas de montanha para desenvolver uma ampla gama de áreas, tais como a saúde, a resistência física, a motivação e a auto-imagem.
    Vygotsky (1988) afirma que as deficiências corporais afetam, antes de tudo, as relações sociais desses indivíduos e, não, suas interações diretas com o meio físico. É na relação com o outro, numa atividade de lazer que a pessoa com deficiência acaba por constituir-se como sujeito.
    O lazer, para essa população, constantemente é visto como um meio de passar o tempo, sendo desprovido de um caráter inclusivo, podendo constituir um espaço de possibilidades. Mesmo assim, acaba sendo negligenciado e coberto por preconceitos que cerca essa temática.
    Todos os cidadãos tem direito ao lazer, a se divertir, compartilhar momentos e experiências e vivenciar emoções junto aos outros.
    As atividades de lazer podem atender ás necessidades desses indivíduos, seja para descansarem, divertirem-se ou desenvolverem-se.
    A pessoa com deficiência sabe brincar, divertir-se e amar, sendo assim é fundamental somar esforços buscando derrubar barreiras sociais, culturais e arquitetônicas que restringem a inclusão da pessoa com deficiência no lazer,  É preciso aprender e mostrar a todos que é possível e bom conviver com a diferença.