sábado, 6 de março de 2010

Relato de Férias - Alex!

     Olá, hoje trago o relato de um mês de estadia do Alex, paratleta, na cidade... Em azul ele escreve e em rosa eu escrevo!
     Bem, meu nome é Alexandre, mas me chamam de Alex, sou de Curitiba, sou licenciado em Matemática, e paratleta, no momento minha dedicação é ao esporte e me preparo pra concursos públicos. Sempre tive vontade de conhecer a cidade de Natal, por ver na Tv, fotos e as pessoas comentarem, em Julho de 2006,foi minha primeira visita a esta maravilhosa cidade;foram 10 dias onde pude apreciar a praia de Ponta Negra,as Dunas e alguns passeios na cidade,como o forte dos Reis Magos,por exemplo.
     Já deu para sentir que há um caso de amor entre ele a Cidade, né?!
    Sou cadeirante e a impressão que tive naquela época era uma verdadeira exclusão, e muitas barreiras arquitetônicas, nada de adaptações ou coisa do gênero, mas confesso que essas coisas não mudaram meu pensamento em ver esta cidade com ótimas características de uma cidade com qualidade de vida. E atrativos como o sol, vento, belas praias e um povo muito hospitaleiro.
     Quem vem uma vez, vicia e quer voltar sempre... É um paraíso!
     Voltei agora em Janeiro de 2010 para a segunda visita e fiquei 1 mês na cidade. Hospedei-me em outra praia, e pude ter visões diferentes como daquela época, como por exemplo, os ônibus urbanos que começam a ser adaptados, alguns poucos, mas existentes locais com guia rebaixada nas esquinas e locais de diversão, como baladas, com seus banheiros adaptados. Curiosamente notei que as pessoas se impressionaram muito por ver um cadeirante indo pra lá e pra cá, pegando ônibus e freqüentando academia, balada, bem, já viajei por várias cidades do Brasil e no exterior e sei muito bem analisar quando sou fortemente observado, talvez seja porque não há muitos deficientes na cidade que estejam trabalhando ou talvez eles sejam caseiros.
     Realmente não paro de rodar pela cidade, e infelizmente essa ainda é uma realidade pouco vista, pessoas com deficiência tomando conta das ruas... E quando dar o ar da graça, são olhados com espanto, tipo "E você sai na rua?! Mas você tah com alguém, né?!". Galera, se joguem mesmo, esse é o começo para uma sociedade inclusiva, usando a frase da arquiteta acessível Thaís Frota "Se o lugar não está pronto para receber TODAS as pessoas, então o lugar é deficiente", e se não buscarmos mudar essas coisas, esses lugares serão sempre deficientes. Me empolguei, voltando ao Alex...
     Finalizo sugerindo as pessoas com deficiência de Natal que saiam pras ruas, porque em 30 dias não vi nenhuma;que vivam, que exerçam sua cidadania de ir e vir, lutando por melhorias e acessibilidade para todos, sem contar, poder aproveitar as praias, locais lindos, conhecer pessoas, oportunidades e fazer uma das melhores coisas da vida, viver! Porque se um dia eu for morar na praia, Natal é a primeira da lista. Abraço! Alex.
     Inspirem-se nesse cara gente boa... E aproveitem tudo de bom q a vida nos oferece! E Alex, te espero no fim do mês, vamos nos jogar na balada para render muitos posts! Beijão a todos e bom fim de semana.

P.S.: Amanhã vou conferir a acessibilidade prometida no Vila Folia, segundo conto tudo!
Imagens: Arquivo pessoal do Alex

terça-feira, 2 de março de 2010

Como chamo?

     Como me referir a pessoa com deficiência, sempre foi uma grande preocupação minha e hoje me incomodou bastante as repetidas vezes que um professor se referiu a eles como "portador de necessidades especiais"! Daí resolvi criar esse post com a finalidade de esclarecer o porque de certas nomeclaturas e qual a mais correta.
     A nomeclatura faz diferença para a pessoa a quem você se refere? Claro que faz, vamos entender melhor através de algumas dicas da Tabata Contri, consultora em inclusão de pessoas com deficiência...
  • Pessoa com necessidades especias: Serve mais pra fila de banco, porque engloba mais do que apenas as pessoas com deficiência mas também, idosos, pessoas com crianças de colo, obesos e pessoas com mobilidade reduzida.
  • Portador de deficiência: Portar, significa carregar, e nós não carregamos nossa deficiência como se fosse um objeto e a deixamos quando não a queremos mais, a deficiência é definitiva então não a portamos.
  • Deficiente: É estranho parece um grupo isolado, os deficientes.
  • Especial: Vou te dar um exemplo prático, eu Tabata sou especial porque tenho uma deficiência você não. Gostou? Duvido! Depois não é especial ter uma deficiência, aliás vira um preconceito ao contrário, falar que é especial ser uma pessoa com deficiência é mascarar uma situação e quando a gente mascara a gente não supera.

     O termo mais atual, indicado pela ONU é pessoa com deficiência.
     Observe que antes da deficiência vem o pessoa, pessoa cega, pessoa surda, esxiste ali uma pessoa antes de qualquer limitação.
     Segundo o Luís Daniel, em seu blog, o consultor Romeu Kazumi Sassaki escreveu um artigo em 2005 e ele explicou porque a expressão “pessoa com deficiência” tem sido escolhida como a melhor para ser usada de forma geral.
1. Não esconder ou camuflar a deficiência;
2. Não aceitar o consolo da falsa idéia de que todo mundo tem deficiência;
3. Mostrar com dignidade a realidade da deficiência;
4. Valorizar as diferenças e necessidades decorrentes da deficiência;
5. Combater neologismos que tentam diluir as diferenças, tais como "pessoas com capacidades especiais", "pessoas com eficiências diferentes", "pessoas com habilidades diferenciadas", "pessoas dEficientes", "pessoas especiais", "é desnecessário discutir a questão das deficiências porque todos nós somos imperfeitos", "não se preocupem, agiremos como avestruzes com a cabeça dentro da areia" (i.é, "aceitaremos vocês sem olhar para as suas deficiências");
6. Defender a igualdade entre as pessoas com deficiência e as demais pessoas em termos de direitos e dignidade, o que exige a equiparação de oportunidades para pessoas com deficiência atendendo às diferenças individuais e necessidades especiais, que não devem ser ignoradas;
7. Identificar nas diferenças todos os direitos que lhes são pertinentes e a partir daí encontrar medidas específicas para o Estado e a sociedade diminuírem ou eliminarem as "restrições de participação" (dificuldades ou incapacidades causadas pelos ambientes humano e físico contra as pessoas com deficiência).

Sendo assim, galera, vamos usar a nomeclatura certinha, podendo assim, dar mais um passo em direção ao respeito pelas diferenças!
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Em tempo: Semana passada estive muito cheia de coisinhas para resolver e não tive como postar nada, nem responder os e-mails enviados, mas prometo, que amanhã respondo a todos e essa semana virá repleta de posts interessantes!

Beijos a todos e uma ótima semana!

Fonte: http://deficientealerta.blogspot.com/
           http://tabatacontri.worpress.com/
           http://www.vnews.com.br/blog.php?id=27